Formada em meados de 2009, a banda recifense Pandemmy, tem como
principal característica apresentar letras com temas sociais, políticos e
humanitários através da brutalidade e técnica do seu thrash/death metal. Em seu
primeiro disco, o intitulado “Reflections & Rebellions”, lançado em 2013, o
grupo conseguiu mostrar a sua proposta com bastante qualidade.
Após um intervalo de três anos, e diversas mudanças na
formação durante esse período, em 2016 a banda lançou o seu segundo álbum de
estúdio, o intitulado “Rise Of a New Strike”. O trabalho apresentou em suas
letras a mesma temática mostrada no seu antecessor, e a banda contou na
formação com o vocalista Vinícius Amorim (que deixou a banda pouco tempo após o
lançamento do disco, dando lugar a Rayanna Torres), o baixista Marcelo Santa
Fé, o baterista Arthur Santos, e os guitarristas Guilherme Silva e Pedro
Valença (único remanescente da formação do primeiro disco).
O “Rise Of
a New Strike” começa com a intro “One Step... Forward”, já preparando o
ouvinte para a primeira “paulada” na orelha, que se trata da faixa “Circus Of
Tyrannies” (single do disco, regravado pela Rayanna Torres após sua entrada na
banda), sendo essa uma daquelas músicas perfeitas para se iniciar os trabalhos,
por conta da sua sonoridade rápida e pesada que deixa qualquer headbanger com
vontade de abrir um mosh sozinho.
Rapidez essa que não foi mantida ao longo do disco, em boa
parte das faixas (não em todas), a banda não explorou tanto a velocidade da
mesma forma que foi feita no primeiro disco, o que não é nenhum ponto negativo.
Mesmo não tendo toda a velocidade do “Reflections &
Rebellions”, o “Rise Of a New Strike” ainda assim consegue se destacar com todo
o peso e técnica apresentado em suas músicas, os solos do Pedro Valença
continuam dando aquele toque a mais nas faixas, e os guturais do Vinícius
Amorim demonstra toda a “raiva” que as músicas exigem.
As faixas
que mais destaco são “Circus Of Tyrannies”, “State of War”, “Rise Of a New
Strike”, “Inferno Is Over” e “7000 Days Of Terror”.
Também não poso deixar de falar das duas faixas bônus
presentes apenas para aqueles que adquiriram o formato físico do CD, são elas a
“Ecce Hommo” (cover do Decomposed God) e “Nephente” (cover do Sentenced).
De início, achei a ideia de homenagear uma banda da cena
underground recifense interessante, pois é algo que não se ver constantemente,
principalmente porque quando as bandas fazem covers, elas sempre preferem
homenagear os grandes nomes do metal mundial, por isso, parabenizo
completamente o Pandemmy pela atitude.
Agora falando da parte técnica dos covers, a “Ecce Hommo”
ficou bastante equivalente com a versão original do Decomposed God, pois como
são duas bandas com estilos bem parecidos (tanto sonoramente quanto
tecnicamente), ficou parecendo até que o próprio Pandemmy havia feito a música.
Enquanto a versão de “Nephente”, da banda finlandesa
Sentenced, ficou interessante porque o Pandemmy conseguiu colocar mais
brutalidade em uma música de death metal melódico sem distorcer a música.
No mais, o “Rise Of a New Strike” não chega a ser nenhuma
obra-prima do metal, mas garanto, os headbangers que pararem para ouvir esse
trabalho, principalmente aqueles mais fãs de metal extremo, não irão se
decepcionar com o som do mesmo.
Por Renan Soares.
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